sábado, 14 de maio de 2011

Histórias do Rádio

Quem dentre vós  um dia não errou, que não cometeu  uma gafe ?   Pois então que atire a primeira pedra.  Durante os l0 anos que trabalhei como operador de Gravações, tive a oportunidade de registrar diversas mancadas como chamávamos na época. O Cláudio Remião ( Op.de Gravações da R.Guaíba) tinha um arquivo invejável, nada que não pudesse ser divulgado é claro,  eu  tenho até hoje registrado em  fita cassete verdadeiras pérolas.  Esta que vou contar,  aconteceu quando por ocasião das tomadas do Filme "NEGRINHO DO PASTOREIO" que foi rodado em Camaquã, Pelotas e outras cidades Gauchas. O Reporter X foi escalado para entrevistar o então famoso Grande Otelo ( já falecido ). Grande Otelo, astro de primeira grandeza apesar de seu pequeno porte. O Reporter X estava impaciente na portaria do hotel, e a espera aumentava sua ansiedade, isto porque, do estúdio o apresentador botava pressão e havia chamado várias vezes. Finalmente "X" chama o estúdio:

- Me coloca no ar agora. O apresentador em seguida:
- Pode falar 'X'
- Nós vamos ouvir agora... Grande Otelo. O Pequeno, grande artista esfregando os olhos:
- Bom dia, caro repórter. Entre um bocejo e outro, ia paulatinamente respondendo as perguntas, até que em dado momento, para finalizar a entrevista... lascou:
- Para encerrar, gostaríamos de saber qual a técnica que será usada pela produção do filme para esconder sua "perna"? Ele ainda sonolento respondeu:
- Acho que não entendi sua pergunta, caro repórter!  e "X" volta a insistir na pergunta:
- É que nós e os ouvintes estamos curiosos para saber como vocês farão para esconder sua perna?
- Bem... Responde.
- Acho que o repórter está equivocado, eu não vou precisar esconder nenhuma das pernas, vou representar o personagem "NEGRINHO DO PASTOREIO" e não o "SACI PERERÊ".

Nem só dinheiro, torna um homem feliz

Quem não gosta de um abraço, um tapinha nas costas, um agradecimento. Mesmo não sendo egocêntricos as vezes precisamos de um reconhecimento público, algo que nos sirva de incentivo, como uma luz que indica que nossa conduta está no caminho certo. Certa feita lembro bem o dia, apesar do sol acanhado e do friozinho vindo do Rio Guaíba, não imaginava as surpresas que aquele l5 de Julho de l990 me reservava. No dia anterior meu chefe me chamou e comunicou que eu estaria dispensado do trabalho e deveria comparecer as l0 hs da manhã no QG do Comando Militar do Sul. Previamente, "TUBINO" o militar responsável pela apresentação do programa "Noticiário do Exército" havia me alertado que eu seria convidado a participar da solenidade do primeiro aniversário do programa. Jamais eu iria imaginar que o homenageado seria eu. Logo que cheguei fui encaminhado ao gabinete do Chefe do  do Estado Maior do Comando Militar do Sul, quando entrei na sala, conversavam Carlos Ribeiro(diretor da Rádio Guaíba) e o General Pamplona. O  General mandou servir um cafézinho e explicou o motivo da reunião. Eu agradeci a lembrança do meu nome para aquela homenagem e disse: ....General: estou feliz e grato, por dois motivos, primeiro por ver reconhecido meu desempenho como profissional, segundo, porque é comum  prestar-se homenagem  ao Engenheiro da Obra e não àquele que sentou  tijolo a tijolo . E ele me respondeu:" Porque você foi um excelente pedreiro(Operador) na construção deste programa radiofônico.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Estância da Poesia Crioula

   Sou da opinião que se você gosta de desempenhar além da sua profissão, um tipo  qualquer de entretenimento que acrescente ao algo mais a sua vida, faça..mas o faça com vontade, sem medo.  Agora, acho, que a gente deve ter um mínimo de auto crítica. Aqui, estamos num desses momentos de descontração, sem nenhum compromisso com profissionalismo, numa apresentação do Grupo Nativista "OS MASCATES" para um público seleto na Estância da Poesia Crioula no Centro de Porto Alegre. O que isto tem à ver com o Tributo ao Operador ? Simples, era o que fazíamos, um hobby, que  ajudava nos  momentos de estresse devido muitas vezes, ao excesso de trabalho. Os Mascates ainda existe,  mas não ultrapassa os limites das festinhas familiares...há ! não  somos profissionais da música, mas o trio de vozes é bem afinado. Os componentes: Pereira Junior(vocal), Job( ex-radialista) violão e vocal, Levi (mano mais novo)Violão e vocal e por último Adãozinho nosso bom gaiteiro(de Canoas).

Rádio Rural

   Nunca neguei minha origem de "OPERADOR DE RÀDIO", porque quem acompanha nosso blog sabe que o real objetivo é valorizar essa profissão quase extinta, e não existe culpados, a Terra gira, as coisas evoluem, a tecnologia hoje, nos proporciona realizar coisas incríveis. Aos meus l4 anos quando comecei na profissão, jamais iria imaginar que um dia o Vinil(bolachão)cederia seu lugar ao CD . Que operador iria virar DJ, e que eu estaria, dentro das minha limitações, mostrando pra vocês um pouco da minha história que é uma homenagem aos demais Operadores e aos Dinossauros que ainda resistem.Aqui nesta postagem, um flagrante do operador de Rádio que sai do estúdio para desempenhar a função de Apresentador. Nesta época juntamente com João Francisco Andrade e Paulinho Mimbarcas, virávamos narradores de Rodeio. Nesta foto, com chapéu troperito , e um guaraná pra espantar o calor, participávamos do Primeiro Rodeio Estadual de Pelotas.Observação: a Garrafa à minha frente era de Guaraná mesmo.

Nativismo no Rádio

   Nos anos "80", com o crescimento do Movimento Nativista Gaúcho no RGS, criamos através do  Programa "SENTIMENTO GAÚCHO "com a parceria do CTG"Tiro  de Laço" do Colégio Sta.Margarida(hoje infelizmente extinto), o Primeiro Festival de Música Nativista de Pelotas(RGS).Nesta  foto,lá estou no palco ao lado de Eduardo Brombila, gaiteiro dos bons, ao fundo, da esquerda para a direita o saudoso João Francisco Andrade o "Joca" grande incentivador do gauchismo. Lembrando também a participação da direção da Rádio Universidade,  através de José Maria Marques da Cunha (Ícone do Rádio)..Há! já ia esquecendo; juntamente com o Grupo Origens conquistamos o prêmio de "Musica mais Popular" com um Bugiu(Ritmo) intitulado..MEU AVÔ DEU BUGIU, em homenagem ao meu Avô,  homem rural lá de São José da Porteirinha em Sta Maria-.RGS. Curiosidade: Fabiano Bachiere importante intérprete do Nativismo, nasceu para o estrelato neste festival . Infelizmente, perdeu se ao longo do tempo a fita original que continha todas as músicas, mas o tempo não apagou da nossa memória.